Tu ver-me-as com meus olhos e eu ver-te-ei com os teus.

Data 19/10/2014 19:46:56 | Tópico: Poemas

.

Aprendi a ver um
quando olho o espelho.
O eu-imagem
é mosaico dos cacos
que me dizem de mim
as bocas dos olhos de outrem.

Se apontam em mim
a mancha vermelha no rosto,
logo flagro a anarquia
da melanina,
no ser inverso do reflexo.

Minha consciência,
é,
por origem,
coletiva.

Eu fui tantos...
O espelho sempre a mostrar
o mesmo.
O que vejo é o que me lembro.
Reflexo não tem passado.
Mesmo velho, reconheço -
É ele, o mesmo reflexo!

Quero ver-me
com meus olhos.
Quero invadir meu ser
pelas janelas da minha própria alma.

.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=259620