
Gira jirau.
Data 04/12/2013 01:08:07 | Tópico: Poemas
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Eu troco o branco do varal. Tenho agora dificuldade em lançar-me para além da paisagem atual, plena, e escrever poema com pena metálica, esferográfica.
O redor de mim quer virar letra.
Carros e ruídos surdos. Minha inconveniência pedestre em meio ao mar de lata.
Iluminação pública. Sombras projetadas dos seres noturnos em suas sinas de pedestres rumo ao dia final.
Um dia inteiro inclui a noite.
Noite não tem dia não.
O varal é de pendurar poemas ou sensações de poemas.
A sensação é uma fúria repentina de um poema impulsivo que não tem tempo de enletrar-se, travestir-se de verbo em meus versos.
É como um espirro eliciado por um instante-já.
É a coxa da morena.
É o pio do sabiá.
Eu cuspo a matéria-poema (catarro psicodélico) sobre o lenço branco e penduro no varal.
O sol se encarrega da forma e desinfecção.
Quando retorno ao varal é que venho escrever aqui.
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