
Como posso entornar o gesto sedoso no teu rosto, com estas garras?
Como posso te abraçar, com este braços, afiados como navalhas?
Como posso entender a linguagem da tua alma, se já não sei escutar o uivar dos céus, no mármore da pele no riacho das palavras …
Por favor afasta-te, não vês que te amo ….
Por favor não subas montanha da saudade, não vês que te lembro com lágrimas de um abraço desenhado por colorir …
Por favor não cantes essa canção, de um beijo, com dedos de avelã, derretendo no solo do teu corpo… acima dos ombros, debaixo dos cabelos …
Por favor, não cales a dor, porque é a vizinhança mais longínqua do teu coração …aquela que arruma o silêncio barulhento, demoroso, no vazio que deixaste …
Por favor, amor …por favor, amor … por favor, amor … por favor, amor … por favor, amor … por favor, amor … por favor, amor …