Repetidos encantos de Musas cegas tateando precipícios
Data 16/12/2013 19:43:00 | Tópico: Poemas
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Habito-me por este corpo sem portas ou janelas Repleto do cheiro das maresias escondidas esvoaçando Quais gaivotas famintas procurando peixe junto aos barcos Colados no horizonte que se emudece a cada vaga Anda
Imagens Espalhadas pelo soalho em madeira Defasadas do tempo onde se encerravam tempos sem fim Ou dias ainda distantes das noites que jamais morriam Repetidos encantos de Musas cegas tateando precipícios Em nevoeiros ímpares escondidos em cada canto dos corpos Que as dunas cobriam Aqui diante de mim
Destinos Que me iludem Afinal de que serve a pontuação Se nem se assemelha ao dedilhar de uma guitarra? Desfado
Quando quero desabitar-me da pele que me Transporta Ouso abrir as asas que me tapam pelo inverno Que se diz de interminável como o vento onde Tropeço Sempre
Leva-me ao longo da margem do mar que se estatela por essa Terra sem fim da qual Já Não faço parte do mundo Anda
(Ricardo Pocinho)
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