Não se admire no dia - LIzaldo Vieira

Data 17/12/2013 09:34:21 | Tópico: Poemas

Não se admire no dia - Lizaldo Vieira
Em que beijar beija-flor não passar em sua janela
O amanhã não acordar
Pelo sussurro dos pássaros
Quando o sereno
Mansinho
Não avançar por sua estradinha vicinal
O rio sem porto
Ficar sisudo de lodo
Insuportável fedor de esgoto
Inavegável
Inaceitável violação
A abelha parar o zunzum
Ou simplesmente não fazer o mel
O sol cansado de reclamões
Seu cachorro vira lata
De estimação
Não mais pedir carinho
Lamber sua mão
Tem que largar a toalha
O sol do dia a dia
Parar o tempo de verão
A lua encabulada
Não enfeitar o amor
Parar de ser para as noites de namorar
A nossa vã vida
Teimoso e sofrida
O que será..
Quando o choro da criança cessar
Não ecoar mais no casebre e casarões
Pedindo o seio da mama
Quando os homens
Só pensarem valores monetários
No sobe e desse das bolsar
Na busca incessante por riquezas
Onde o material seja mais forte
Que a seiva e néctar da vida
Quando dos quintais
Hortas e pomares
Brotar os fruto
Não exalar o perfumes das flores
Enfim
Quando tudo não deixar a quimera fluir
Quando o verbo não se fizer
Em carne
Quando o criador
Disser não para a criação
Ou criatura
Pé na estrada
É fim de era
Tá na hora de sumir desse lugar
Pode se preparar
Apertar os cintos
A vida não terá mais sentido
O mundo de gaia
Está por um fio..


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