Fugaz

Data 20/12/2013 17:29:07 | Tópico: Poemas

Queima-se o tempo, incenso da vida. Remonto dias, esparramo horas. Aceito promessas de noites, escuto chuvas, minhas porções recolhem as telas, miragens nas janelas. Estou a contemplar o orvalho descer lentamente rumo á pétala, em atender, depois, a angústia do germe, a criar-lhe a rachadura ao broto. Aparto briguinhas de passarinhos, dou notas aos monólogos das cigarras. Queimo-me ao tragar o ar, que me mantém, vivo. Sou o lastro desse existir único, sou o gesto, ao Deus sou seu plágio, esboço do perfeito, projeto infinito.


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