Reportagem de Vida
Data 25/12/2013 02:08:02 | Tópico: Poemas
| Embriagam-me as resenhas desta vida...
Nitidamente um sonho descortinou-se diante de mim E me vi personagem de uma parafernália
De acontecimentos que me pareceram tão reais! Interessante é que estava eu em estado de vigília, Apenas tomado momentaneamente por um êxtase...
Pude ver-me totalmente desgrenhado e maltrapilho: Roupas rasgadas, descalço e sumariamente sujo... Fedia e o odor era tanto intenso quanto o mundo: Deserto e concomitantemente repleto de público...
Inicialmente corria eu por uma estrada solitária Rodeada de mato virgem e debaixo de um sol causticante. Minha boca estava ressequida: tinha sede! Meu estômago roncava às alturas: tinha fome! E, assim, perambulei dias e noites até desmaiar...
Despertei numa manhã cinzenta e de forte aguaceiro, Rendi graças, pois, assim pude matar minha sede... Logo percebi que caíra próximo a um rancho Onde havia muitos frutos: pude saciar a fome! Só um detalhe não observei: minhas vestes rasgaram-se...
Sim... Totalmente nu e revigorado segui meu destino Até deparar-me à beira de um precipício...Lá embaixo: casas! Desci alucinado uma extensa montanha e entrei no povoado... Bati à primeira porta que encontrei e fui recebido com alegria.
A essas alturas meu pensamento estava nublado: nada compreendia! Recebi toalha: enxuguei-me! Roupas: vesti-as! Sapatos: calcei-os! O que significava tudo aquilo? Até parece que me esperavam!
O que mais me confundiu: as pessoas não me eram estranhas E logo uma mulher forte, com lágrimas nos olhos, chegou-se a mim:
Hoje é Natal! Nosso filho nasceu e chamar-se-á, também, Jesus!
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