Ser-te-ei, assim que quiseres

Data 07/01/2008 11:59:00 | Tópico: Poemas

Não olhes ao teu derredor,
como a basculhar culpado
Nem te percas aos cantos
como se ali estivesse recostado.
Se queres, olha-te para ti, e te aflijas...
Não porquê tens culpa,
apenas porquê não podes
Amar segundo o que te apraz,
dado as desventuras culpa as ruas, as falas, mudas,
Mas em si, nunca o fazes.

Se queres, não olhes, não perguntes,
Pois ao amar perguntas são vãs,
E cura, cura só o há,
para aquele que assim se sente,
E por tal, curado apenas caminha...

Não olhes para as flores,
E afirmes sempre que lá há beleza,
Pois a flor assim como o gesto murcha,
E se há beleza, só o há no olhar, na lembrança,
Que por si, preferiu apenas o viçoso guardar.

Se queres esquecer a dor,
Pare de entornar tristeza,
Pare de viver a catar desventuras,
Grite alto que a vida é tua
E só assim, só assim poderei te amar;
Pois só assim, há-de me permitir que o faça.



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