
Eterno sentenciado a carregar cicatrizes
Data 05/01/2014 15:42:24 | Tópico: Poemas
| “ Lá stava Minos e feroz rangia: Examinava as culpas desde a entrada, Dava a sentença como ilhais cingia. Ante ele quando uma alma desditada Vem, seus crimes confessa-lhe em chegando, Com perícia em pecados consumada.”
A Divina Comédia - Inferno, canto V
Foram andamentos por demais estranhos, mesmo dolentes; jamais fui desejado, finalmente o fato ascendeu atroante; lembra-me bem, pretendendo uma resposta, ainda infante aterrado, sempre apreensivo por ouvir palavras clementes.
Seriam apenas anseios da criança rejeitada; não me abati, talvez resignado, não quero ver sofrido passado nesta hora; compungido mas sincero, percebia: lhano amor não havia ali, não vejo qualquer a serventia para esgaravatar nisso agora.
acaso odiento, compreendo que era visto de forma diferente, sentia exasperado que minha mãe não cuidava do meu viver; também ria dos medos infantis, escarnecendo divergente.
Um dia, deve ter jurado ser boa esposa, extremosa genetriz, nos tempos antecedentes ao infausto nascimento ocorrer: - não sabia então ser eu eterno precito portador da cicatriz.
05012014
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