
Eusébio da Silva Ferreira
Data 05/01/2014 21:22:31 | Tópico: Poemas
| Pelados de Mafalala para corridas rápidas Triunfo alvo reluzindo no atraso dos jornais Pela causa redonda do couro impermeável Mas vermelha era a carne e o teu destino Que se antecipou à guerra em contramão E isso bastou para que partisses.
Receberam-te triunfadores do balneário Sr. Águas e Sr. Coluna, essa espécie de padrinho E a ilusão com sua grossa voz nomeou-te. Os golos consagrados já cantavam em lusitana voz Eusébio! Depois Eusébió! Ainda Euseibiu! E defronte “La Saeta Rubia” e o “Major Galopante”.
Eram eles que ali estavam no teu balançar das redes Tua força a arremeter em divinas portas Vitória! A Europa branca a teus negros pés! “Pantera negra” gritou-se na origem dos jornais. E no fulgor da glória que perdeu muitos homens Um gesto instintivo de memória pelo ídolo já igual.
Benfica! Portugal! Palavras então tão badaladas Na “pop culture” cerrada dos anos sessenta Catadupa de finais, bola e botas de ouro, Todo um símbolo de um Portugal triste e em guerra, Que te acreditava como a um king magnânimo Que não esqueceu nenhum sorriso português.
Com as quinas ao peito foste o magriço eleito Para desfazer em prol dos nossos heróis O equilíbrio de contendas bem difíceis. Pela honra de casas que só dispunham de sardinhas Desagravados de Coreias e lágrimas, vinham as alegrias Que o tempo das velocidades não pode esquecer
Pudesse um homem parar todas as guerras Diminuir o esplendor vaidoso dos impérios Adocicar o fragor competitivo em olimpismo puro Então esse humano serias tu, um deus do “fair play” Os relatos dos teus jogos adiavam os combates Nos olhos dos soldados a esperança de voltar a ver-te.
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