
A VIAGEM do GUERREIRO sem DAMA
Data 07/01/2008 18:31:55 | Tópico: Poemas -> Amor
| Estou caído na rua e os automóveis passam sobre minhas costas e eu grito o vazio da carne no vazio dos jogos que eliminam as pessoas
A chuva do Éden despeja na boca das flores o sumo do teu sexo público aberto em jóia ecoando na fome dos que foram anjos e hoje são coveiros errando num complexo tecnológico e meu vulto abre portas atrás das árvores secas nos novos desertos e me arrasto carregando o farrapo dos ossos estupidamente perdido sem amigos e sob a chuva
(Refrão: Atrás de cada curva uma sombra na viagem do guerreiro sem dama)
Ah! belas noites sem misericórdia vou dormir sob o céu de todas as misérias e quando a escuridão estender a dúvida na palidez da distância eu quero ser o arauto o destrutivo galo que anunciará a liberação de todas as felicidades
Já não poso dormir em paz acossado pelos teus beijos fictícios de Vampira da Madrugada e reajo cobrindo-te a pele de saliva e algas e ouro e sangue e esmurrando o cupido no escuro eco das paixões imundas o que faria você comigo nas entranhas transformando pérolas em palavras? velozes palavras de desespero no deleite do eclipse das carnes na aurora encharcada no abismo coberto pela floresta dos gestos ah! teus pelos enforcam meu desejo deusa da minha decadência
Crava-me os dentes no apocalipse dos carinhos crava-me esfacela-me o ego joga-me na masmorra do êxtase a manhã rasga o despudor da tua dança gueixa domando meu cadáver insaciável de eternidade
Tens o oceano das feras revolto no sexo o fogo dos dragões em todos os lábios vamos suba o navio zarpa rumo ao inexplicável eu não quero perder o deleite da carne
|
|