
MATAS-ME
Data 10/01/2014 20:36:49 | Tópico: Poemas
| MATAS-ME
Que traicoieiro se afigura o amor; seco, amargo e frio, já nem me vejo nos contornos da imaginação, da dor foram pétalas caindo do teu beijo, foram beijos entre dentes amarrados, pedaços de pedaços recortados.
Baixo os olhos e arrasto pelo chão, abafo o brilho e enxugo-me de pó, rasgo no peito o que julguei ser coração e abro a mão, tão triste e só. Que ousadia desmedida a da esperança que me deu e retirou o dom de ser criança.
Desenterrei sonhos, na cova do passado e vesti sorrisos, cortados das traças. Dei brilho ás manhãs, e apaguei o fado triste e esburacado, em tantas desgraças. Do fundo do poço já não vejo a luz e a esperança perdida...não sei onde a pus!
Deitem sobre mim a terra fresca, libertem-me desta dor desfigurada. Já me despi de tudo o que não presta, levo apenas este amor...que não vale nada. Podia ser tão grande, tão forte não o quiseste. Talvez o queira a morte.
BEIJA-FLOR
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