
no recuo do mar enche-se os olhos
Data 15/01/2014 21:44:38 | Tópico: Poemas
| ao descer das pálpebras no mar crescido dos olhos alcanço a nau dobrando o horizonte sem grilhões com o sol dourando trigais nos acenos dos cabelos como ilhotas à deriva no interior da contemplação
pelas ondas que embalam a alegria que hasteia e espuma em cristas que tocam o vento fazendo ele cantar e uivar em meia-volta para ancorar músicas em cais que se empinam com hasteio de adeuses agoniando o mar que vai e vem por indecisos rumos em um tingir azul de tantos amantes nostálgicos e aflitos enlevados por desassossegos tais de quem ama tais de quem inflama dor de desengano beirando águas bravias de paixões mareadas de ilusões
aquelas, cuspidas de olhares esmaecidos como gotas desgostas e perdidas circulando ao redor das meninas que vivem a enxugar sem descanso o mar destes olhos
para desafogar o chão que se consome pelas margens
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