Epifanias
Data 21/01/2014 16:37:04 | Tópico: Poemas
| Finalmente o advento Uma nova Era acontecia No corpo agora flácido O oposto do seu princípio
Almas em debandada Quebraram a corrente Há Epifanias em movimento
Consumiam-se estrelas no seu leito Enchiam-se colos fechados
Há um ciclo aberto num novo espaço Cabem nele as primeiras horas do dia Ainda flutua, mas lentamente se esvai Eis que perto da alvorada Se perpetua, ao acordar num olhar baço
Chegou a ter visões do futuro Nas erratas imaginárias Caiu num buraco sem fundo No tempo, criou um novo espaço
Escancarou a dor Espraiou-se em ondulações frenéticas Já se ouviam nas ruas, lamentos chorados Corriam rios. Secavam as nascentes Era a nova era sem lei
Finalmente o inverso Quando no corpo se ouviam gemidos Do quebranto continuado Enguiço enjeitado pela nova ordem do mundo A cruz maior dos moribundos
Calaram-se todas as vozes Em todos os sensos vivos Há uma janela fechada
Chovia lá fora. Era uma chuva miudinha Os ruídos de fundo colaram-se Ao trinar duma guitarra Que chora, ainda pela noite fora
ÔNIX 2014
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