
MANHÃ SURDA
Data 27/01/2014 21:28:01 | Tópico: Poemas
| . Acordou às 10 e ficou na cama, ouvindo a mesma música com ar de musa retro. Com as mãos no rosto, escondia o dia e até as palavras que não cabiam na sua falta de predicados. Era tudo sucinto, pequeno, desmontável. Cabia numa gaiola. Cabia numa caixa de sapatos, cheia de amores sem fins e ratos. Ela colecionava erros com muita fidalguia e honestidade. Dessa vez, o erro estava boiando dentro dela como um corpo sem nome, como a esperança que morre e some após a mais vil descoberta. Ela, tão só, tão doente, dizia entre os dentes :” estou certa, dessa vez estou certa”.
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Mas ninguém ouviu. Nem ela mesma.
Karla Bardanza
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