
o passar de um tempo indesejado
Data 29/01/2014 23:01:53 | Tópico: Poemas
| Você a tudo assiste, não quer perder, não pode ganhar, reverbera , nada dá em troca. Vive e respira tranquila, serena, como um muslim; ante as nevascas, fria, sequer se importando com o gelo da nova era cobrindo os cálices decíduos das bétulas , nem com neve no jardim.
Pensando nisso menti sobre a idade da terra, sobre o céu ser azul. Não há varandas, mesmo vista do espaço, como na visão de Gagarin. Sinto medo, verdadeiro pavor do paraíso assustador meio ao paul, norteado por ponteiros de um relógio analógico crédulo de festim.
Sei que menti, a consciência acusa-me. Sei bem que muita gente não gosta de quem viu a terra do espaço; fora da assustada gaia tocaram seco solo selenita; lá não há flores, há um mar sem praia.
Porém, tenho uma certeza: qualquer um -nisso creio firmemente, poderia ter-me dado o relógio mesmo sem ponteiros analógicos, máquina fria registrando o asco do passar do tempo escatológico.
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