Mirando-se nas intrincadas nuances dos labirintos de aquarela

Data 04/02/2014 17:41:24 | Tópico: Poemas




Mirem-se nessas intrincadas nuances
dos labirintos de aquarela,
torrões de argila flutuantes
ao redor de ilhotas de grama,
embalada do som dos disparos
de múltiplos pares de foguetes tonantes,

Do carbono puro, marretas vítreas,
raízes do céu e tiros quentes
emana fumaça em fragmentos de tintas,
uma... duas ...
tantas figuras de maquiagem trovejante

Desbotadas tintas
escorrendo na teia do painel,
num afresco desvanecido
tentando manter na cabeça,
o tino certo do tom fragoroso
para não sufocar.

Não será principal...
nem mais o primeiro...
ou segundo...
Será primitivo, derradeiro,
mero ícone elementar
obstruindo capilares das cânulas
carregadas de ar depurado.

Não será nem o terceiro a correr
considerando próxima a morte,
temendo mentiras,
aos ímpetos balbuciando impropérios.
A vida será mentira,
quociente fracionário de operação inexata,
quando o quinto e o sexto sobreviverem ao hecatombe







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