Sem destino aparente
Data 06/02/2014 00:45:01 | Tópico: Poemas
| A noite cerca-me e emudece, a angustia parece que acende, que prende, suspende e teima ser crepúsculo de sombras, numa ansiedade que queima.
Pelo breu, a voz da solidão perdida entre os escombros… E a escuridão imerge-me açoite dorido no corpo a tremer de inquietação.
Entre portas, me invento, no fortuito mundo das palavras e leio-me nas paredes, de silêncio cravadas… Com todos os sonhos dentro!
Lá fora o luar perdeu o alento, o vento fugidio, não chama por mim, nem a chuva se abeira e me acalma… Já nem sinto os aromas do velho jasmim!
Tão perto desta margem suplicante… Tanto desejo adejante, tanto mar! Tanto encanto vazio e por sonhar…
E eu, eterno navegante... Sem porto ou navio, ao sabor ondulante do meu destino bravio!
(Rui Tojeira)
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