Dos teus gestos que o olhar agarra pelo Solstício tremendo

Data 10/02/2014 18:47:28 | Tópico: Poemas

.
.
.
.
.
.
.............................
*****************************

Ouvem-se ao longe os longos prantos das nuvens despojadas de piedades.

Rios galopam inundando medusas mares inquietos
Silêncios
Sem o calor do ventre germinado ou o voar sem rota
Da borboleta pelos cantos das constelações escondidas.

Pudesse eu recriar as cousas no real atento
Dos teus gestos que o olhar agarra pelo Solstício tremendo
As palavras excessivas recusam a morte
Os encontros marcados sem data

Afugenta-se o ar que me circula
Incessante
Por entre alguns espaços desertos que restam Sobrevive
O teu perfume que hoje me inquieta
(Ainda? Perguntar-me-ás) e os Caminhos
Só porque o peso leve da folhagem se extinguiu
Perdem-se pelas recém-criadas ondas num canto
De mar algures.

Da memória que resiste

Renova-me.

Eis-me aqui.


(Ricardo Pocinho)


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=263582