"ALDEIA VAZIA PERDIDA"

Data 11/02/2014 19:49:28 | Tópico: Poemas

Noite de inverno numa aldeia
Lá para trás das serras e montes
A rua está escura e fria
A água corria devagar por debaixo

Da ponte velha, gasta e sentida
As fragas da rua estão escorregadias da geada
Vaguei por caminhos sombrios e vazios das
Ruas desertas, geladas e frias

Aldeia serrana deserta fria sem gente
Ouve-se ao longe o uivar do lobo
Do latir dos cães presos em casa, currais e cortiças
Ando pelo adro da igreja, onde já

Foi um cemitério, sinto arrepios das almas em dor
Corre a água da fonte, onde eu
Já bebi esta água gelada e fresca
No verão e fico a olhar

Hoje com sede e já não consigo beber
Desta água que passa e passou
Pelos mortos do cemitério
Rua da aldeia fria gelada

Sombras à solta marcadas de dor
Casas caídas de barro, de lama
De fragas e caminhos, amores perdidos
Esquecidas por caminhantes Del Rei

Afinal foi uma aldeia importante em tempos, em tempos
Hoje vazia, deserta, sem alma
Sem gente, sem escola, sem comboio
Onde os velhos ficam à lareira sozinhos

Esquecidos a recordar os tempos de juventude já perdida.

🌻

🌻
Isabel Morais Ribeiro Fonseca



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=263643