Silêncio de todos os dias

Data 06/12/2006 09:09:46 | Tópico: Poemas -> Sombrios

Era já madrugada,
ouviu-se a chave na porta.
Há uns anos atrás
Era motivo de satisfação,
agora
estremeceu...
Nem queria imaginar
o que poderia estar a chegar...
Ele entrou
no seu lado da cama,
e logo lhe procurou os lábios
como se deles se alimentasse.
As suas mãos
percorreram-lhe o corpo
como se não o conhecesse
como se fosse
de uma mulher qualquer.
Ela estava em pedra
era como se todo o sangue
estivesse gelado nas suas veias.
Ele embebedava-lhe os seios
enquanto suas mãos
lhe abriam as pernas
para entrar de rompante
dentro dela...
Sim...
Assaltava-lhe a alma
como um ladrão vulgar...
Depois de satisfazer
os seus desejos,
desejos de animal
no mais puro sentido,
voltou a sair.
Deixando uma mulher
que já não tinha forças
para dizer que não,
com medo de ao outro dia
sair de manhã
marcada,
marcada por um ódio
que não lhe dizia respeito.
Uma lágrima soltou-se...
seria a ultima
daquela noite...
E voltou ao
silêncio...
de todos os dias.



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