PARA NÃO ME ENCHER DE MIM.

Data 20/02/2014 12:59:15 | Tópico: Poemas


Tenho plena consciência que por vezes incomodo, mas para tornar-se possível a cura de algumas frações cancerosas foi preciso fazer-se a divisão do átomo, por tanto é prudente dizer que, são os incômodos que promovem as soluções.
Eu estava seguindo uma estrada de bordas ventiladas,e piso uniforme onde o passeio se fazia prazeroso és que agora me deparei com uma bifurcação, e para ambas as alternativas não vislumbro de nada alem da obscuridade de suas curvas sinuosas.
Antes de ir aventurar-se em serra pelada garimpe o ouro que existe em você!.
Eu não desejo ser ouvido pelo alcance dos meus gritos,mas sim pela eficácia dos meus cochichos.
O carbureto das futilidades está apodrecendo as pessoas,antes que elas amadureçam.
Senhor,não me terá serventia alguma enxergar tantas coisas, se destas não me concederes a compreensão.
Para mim dormir, é tirar folga dos pesadelos da consciência.
Para não me encher de mim, tenho me ocupado de você.
Não pulei do arranha céu, para não sujar sua calçada de sangue.
Não te apiedes de mim, sem antes compreender os teus tormentos, nossas clausuras podem ter profundas cumplicidades.
Quando quero refugiar-me de mim, posiciono-me diante do espelho,enquanto isto me detenho a uma imagem profundamente parecida comigo.
Saturado pelo bombardeio de um dia de teimosia para continuar neste palco de infindas batalhas, recolho-me ao sono reparador de todas as minhas mazelas físicas e emocionais.




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