
poisam os dias em mim
Data 21/02/2014 15:51:37 | Tópico: Poemas
| A solidão é uma pedra no peito O tempo esse passou Ficou para trás em bocados feito Como água no cais que enlodou. Só meu coração Ainda está quente e sente, a cada momento, um novo alento.
Entre o tempo e a eternidade Vive nele a caber multiplicada a saudade. Neste entretanto que é viver e morrer.
De súbito vejo cair a tarde É mais um dia que finda Mais um que me trouxe a verdade Que tudo é efemero, nesta vida desavinda.
Raras vezes conseguida a paz que tanto se anseia Á espera dum sentido p'ra vida Ao lusco-fusco volta e meia.
Há sempre um não sei quê A vergar-nos os ombros E eu insisto, porquê? Encher o peito de escombros.
Os dias poisam em mim Tão velhos quanto eu E este chegou ao fim Levando um pouco do que é meu.
Nada sei... Só sei Que o dia passou a correr E eu aqui fiquei, nesta solidão, onde me invento e sinto a desvanecer.
Ou será ilusão? Mas isso não importa, Importa?! Que hoje ouvi o som do ribeiro O chilrear do passaredo Senti das mimoseiras o cheiro Respirei o ar puro do arvoredo.
Assim me encontrei a sós comigo Lembrei quantos amei verdadeiramente Alguém me falou ao ouvido Amanhã terás outro dia, de presente.
rosafogo natalia nuno
|
|