Die Hunde

Data 22/02/2014 17:04:31 | Tópico: Prosas Poéticas

São cães latindo meu desespero. São hordas de uma nuvem negra bailando nas paredes do meu quarto, casa, casulo. Meu espírito inacabado por completar-se em contemplação de um estado quase oco, quase opaco. A água de mim é mágoa e mar que não tenho perto. O choro, sorvo na garganta. A correnteza da lágrima não alcança os olhos. Sou um ponto em espiral de luz. Feixes de gumes de facas cortando-me em filamentos de lugar comum. Eu sou mais um. Eu sou eu, o outro, e todos. Os cães latem a acusação do meu estado de vísceras. A vida ávida fluída em meus gânglios. Minha permanência dormida e acordada desenha dias e noites para vestir o tempo.



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