
Da memória do Tejo
Data 27/02/2014 01:53:00 | Tópico: Poemas
| Vão as ternas águas do Rio Tejo, descendo calmamente até ao Mar, e vão no seu caudal minhas tristes mágoas, frias, duras, eternas, afinal!
E ajuntam-se na margem minhas lânguidas tristezas, minhas pedras, minhas dores, vão no seu caudal as amarguras das minhas longinquas profundezas!
Poeta, verso, quadra em desalinho, meu triste coração em pranto, chora a pena infeliz do meu destino, que as águas frias do Rio Tejo, levam ao mar o meu quebranto!
Canta Alma! Canta! Ergue a voz dorida às noites frias que te escutam, à sua imensa solidão! Tua dor, inda é do mar desconhecida, mas em breve, tão breve, o Tejo, a chorar, limpido, audaz e infinito, a levará ao coração do Mar!
Abre as asas feridas, impolutas,, esvoaça o ceu azul e frio, rasga a Alma em intensas revoadas e deixa o Tejo levar ao Mar as densas horas do teu estio! Que o Amor que cantas, imortal, ascende como incenso na igreja pelo ar ...
Ó saudosas horas do meu Tejo, tão frias tão longinquas, tão doridas, guardem e resguardem, levem este beijo às quadras dos meus versos tão dormidas!
Ricardo Louro
- No jardim do Quiron, frente ao Tejo, no Chiado, em Lisboa -
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