POUCA POMPA.

Data 04/03/2014 03:07:59 | Tópico: Sonetos

Onde antes pulsava um corpo aquecido,
Pálido agora e em um repouso absoluto,
Está o meu corpo cadavérico e impoluto,
Prefiro a morte a ladear-me com bandido.

Em uma urna sem luxos de pouca pompa,
Fico estendido e se quer busco conforto,
As sensações de mim já foram preteridas,
Um possível aperto não cheira um afronta.

Enquanto vivo padeci dos meus calvários,
Roguei a Cristo e nem sei se me atendeu,
Desencarnado nem rezo mas o meu rosário.

Habito aqui no cemitério só uma gaveta,
E esta opção é fruto de um querer alheio,
Minhas vontades tem na Divindade metas.



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