Maldito Frio, que Vadio

Data 14/03/2014 17:45:44 | Tópico: Poemas

Maldito frio que vadio, vais vadiando nos meus sapatos
Arrefecendo os dedos rotos nas meias andanças
Atrasas-me a mensagem, que trago envolta nos trapos
Que finos um dia, são agora rasgões expostos às lembranças

Maldito frio que vadio, no beco mostras a minha pobreza
Sei que a garrafa que envergo, meia cheia de esquecimento
É também meia cheia de céu cinzento que recordo,
bebendo na certeza de esquecer gentes que amei
quando sem trapos nem rasgões, no sentimento

Maldito frio que vadio, me lembraste de partir
Para pedir moeda quente que te faça fugir
Pois pobreza, meu corpo e alma estás a cobrir
E o bendito sol hoje tarda, por muito dormir

Todos os dias tem sido nublados e opacos
Mas frio assim só hoje que aqui desisti
Das andanças que não eram meias de dedos rotos esfriados

Meu ultimo Poema em '140314


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