
JUÍZOS
Data 18/03/2014 15:24:08 | Tópico: Poemas -> Crítica
| Vejam lá se a gente louva juízos e tal conduta: --Pobre não labuta; rouba Rico não rouba; labuta.
Tragam aqui esse almocreve, à barra do tribunal. Ele, connosco não se atreve!... irá pagar o que deve. Há justiça em Portugal.
-- O juiz de vista curta, julga assim o maganão: --Rico não rouba; Labuta. Pobre, não luta; É ladrão.
--Soltem o pobre infeliz-- Diz um popular irado. --Silêncio!... esteja calado. --Logo se impôs o juiz.
--Isto é uma vara de porcos... --Gritou a mãe do coitado.-- Qual habeas-corpus, Qual quê? --Surdo o juiz, já se vê.-- Acaba de ser julgado, tem a cadeia à mercê
E, como foi sentenciado, ficam todos a saber que para não ser incomodado, igualmente processado, o pobre tem que aprender que, «não basta ser honrado, também terá que o parecer».
-- Este juiz, tão malvado decidiu logo, o estupor: Se o pobre tem, é roubado. E o bem do rico, é suor?
E, de beca bezuntada, com o martelo na mão, dá por fim a martelada:-- Está encerrada a sessão.
Joana D'Arc
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