
Inclinação - Capítulo IX
Data 24/03/2014 17:44:38 | Tópico: Poemas -> Amor
| Beijo cessado no separar dos lábios faz-me abrir os olhos lentamente, Não preciso ser o maior dos sábios para descortinar este ambiente, Nele, eu mal oiço a minha pulsação abafada em baixas frequências, Chegam sussurros na minha audição e me deixam a mente em sequências, Cá em baixo não contam aparências pois tenho um filtro azul na visão, Deixo cristalinas as indulgências como ecos provocados pela ondulação, Ela leva-me e eu deixo-me levar como um homem morto sem futuro, Sentindo que morrer e ressuscitar será a única forma de chegar seguro, Impotente, vejo o meu inútil gritar ser abafado pelo silêncio do escuro, Então fecho os olhos e tento escutar o pulsação que tanto eu procuro, Não existe muro muito menos porta por isso eu entro em todo o lado, Só com uma pista que me transporta a um tesouro nunca antes encontrado, Eu senti uma concha que me rasgou a coxa como uma esgrima rectilínea, E ao misturar com o azul do mar deixou roxa a minha coagulação sanguínea, E o mar levou as lágrimas que caíram desamparadas dos meus olhos vermelhos, E logo os meus medos sobressaíram como se estivesse cercado de espelhos, Esquecia o quanto doía pois não era maior do que a dor de não te achar, Eu já te via sem energia à espera do meu oxigénio antes do teu acabar, Seria a introdução para a sedução do 'Beijo Francês' que já partilhei, Julguei teres jogado o teu coração para o fundo do mar e eu mergulhei, Mas nele não te tenho e não te vejo o que deixa disforme a minha planície, E percebo que volto a ter o teu beijo quando encontrares o meu à superfície.
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