
Anda o mote de mão em mão
Data 28/03/2014 10:10:59 | Tópico: Poemas
| (Mote) A brotar no Alentejo Igual ao vento suão Nas abas de um cabanejo Anda o mote de mão em mão
Quantos poetas perdidos Nesta terra tão velhinha Onde a ceifa foi rainha Os sobreiros são sentidos Até se ouvem gemidos Por entre a sua ramagem Na tarde de fresca aragem Pia o melro canta o galo Ao ouvido é um regalo A brotar no Alentejo
Salta a quadra atrevida Por entre estevas e montes Brotam versos, frescas fontes Espalhadas na campina Até parece que é sina Rimar a torto e a eito Com mestria e preceito Nesta terra sempre viva Cravando as mãos na lida Igual ao vento suão
Que varre o mau agoiro E nos livra de maleitas Ao espalhar rimas bem feitas Este povo é um tesoiro Brilhante, do peito moiro Que no tempo descobriu Foi no campo que emergiu Este saber engalanado Que no sonho anda anafado Nas abas de um cabanejo
Tanto tinha p`ra dizer Dos poetas e sua história Que me trazem à memória As origens e o sofrer Também me trazem o ser De moçoilas a sorrir De tudo o que está por vir E nos olhos rasos de água Dos velhos e suas mágoas Anda o mote de mão em mão.
28-03-014 Poesia de Antónia Ruivo
As décimas são uma expressão poética do povo alentejano,remonta nos tempos,este saber popular. A maioria dos poetas populares alentejanos no antigamente eram analfabetos, que levavam de boca em boca as vivências e os costumes da região, através das décimas e das quadras. http://porentrefiosdeneve.blogspot.pt/
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