Não culpem Deus, pelos vossos pecados Mentes doentias que frequentemente Cometem a maioria de todos males Contra os quais pregam doutrinamente Limpo os meus olhos das lágrimas que correm As lágrimas que não me deixam dormir O silêncio eterno clama por justiça, por perdão
A verdade não está à venda Nem a vontade de esquecer ou perdoar Quem se esconde atrás de velhos contos E continua a lavar as suas mãos de inocência Com sangue, sangue inocente Não merece o perdão, mas sim o castigo divino
Percorro lentamente o leito do rio Os meus olhos admiram as águas puras e cristalinas Que descem cantarolando doces melodias Sigo o meu bom senso não podes esconder-te
Apenas uma alma doentia desta fortaleza Onde a virgindade foi roubada em tão tenra idade Onde o exterminador perde sua imunidade Não é homem é um mórbido assassino cruel Abuso mórbido de poder no jardim do Éden Onde a maçã ganha uma face jovial Sorrisos amargos, acordados no inferno de dor Movimentos ágeis de um predador, duro, implacável
Não tentem convencer Deus dos pecados cometidos Por nós mesmos é muito fácil condenar Sem olhar-se no espelho Onde atrás dos bastidores está a dura realidade Estampada nos olhos, nos lábios, no coração Cheios de dor e mágoa em vez de estarem cheio de amor Nas grutas fundas, açudes, lagos e rios
Ficam acordadas olhando as nuvens As noivas onde Onde a virgindade foi roubada em tão tenra idade Onde o exterminador perde sua imunidade Exuberância beleza de um véu de folhagens Mortas, secas, não culpem Deus pelos vossos pecados.
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Isabel Morais Ribeiro Fonseca
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