LÁPIDE GÉLIDA

Data 04/04/2014 19:12:46 | Tópico: Poemas

Persigo a linha
Das torrentes dos teus versos
Tentando entender o que passou,
Onde a dor sangra em desatino
E tu como um menino
Que corre ao colo da mãe
Neste oceano de brancas linhas
Esculpidas de algodão
Nas correntes da emoção
No vã escrita no mural
Donde pousa a lápide mental
Perguntas que se proliferam
Nas respostas que a voz silenciada
Na necroses de um gélido mármore
Que minhas veias decepadas
Pela saudade que grita no silencio
Da noite negra,
Persigo o que me faz gritar
Mas, quanto mais persigo
Paro de sonhar,
Com o jardim
E o pomar...
E tudo isto, que deixou...
Pra que serve???
Se o que restou
Foi tristeza e dor...
Resumida em uma lápide gélida.

Ray Nascimento


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