Os olhos não vêem o movimento das órbitas
Data 14/01/2008 12:44:14 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
| Os olhos não vêem o movimento das órbitas nem tão pouco lobrigam o bambolear retesado das ancas ou da cinta.
Sempre descalços, cansados, exangues de já tão feridos, petizes incautos, os olhos salsos exsudam o verde por dentro de si. [são rimas, poemas, as nossas penas …]. Aclamam-se absintos, d’erróneos passos, em compassos assíncronos no descompasso forçado com que Kronos mastiga e vinca rugas profundas no flume dum rosto.
Balizam-se por fim, imaginários horizontes de códigos binários quando, em litografias de gente nua, se desenham consonâncias no dedilhar de cordas soltas, sob crepuscular esplendor.
Na noite das noites, em estepes abertas de feno ao luar, lacram-se liras depostas com sinetes d’astros na míngua das bocas. ["são loucas, são loucas"]
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