Às vezes...

Data 15/04/2014 22:09:31 | Tópico: Poemas -> Reflexão


Às vezes oiço, outras nem tanto
Também falo só por falar
Ou então fico calada, logo
Escrevo, de uma assentada
Sou mal-interpretada
Sou aplaudida, faço disto sururu
Escrevo, para martírio…
Meu.

Se o olhar fosse emergente
Que alegres os meus dias
Escrevo o que vejo, negligente
Seria.

Se a palavra fosse vã
Respirava a céu aberto
Mas era ovelha sem lã
Morreria de frio.

Tudo isto para dizer
O que o poeta um dia disse
Chorar mesmo sorrindo
Fingir ser, e não ser
Fazer do poema um rio

Onde possas lavar as mágoas
Ou seja a tua almofada
Mesmo que sejam adagas
Verdade ou mentira

O poeta é indigente
Outras vezes reticente
É rei e pedinte
Dissimula e empurra

Tudo isto sou eu…

Poesia de Antónia Ruivo

http://porentrefiosdeneve.blogspot.pt/



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=268037