Lua vermelha e mais luar.

Data 16/04/2014 03:50:39 | Tópico: Poemas

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A opinião pública
pulula de luas
de todas as cores
e máscaras.

Luas sangrentas,
menstruadas,
no streaming online
das lentes de vidro.

Luas nas retinas
nuas
na madrugada fria
de mil torcicolos
de olhar céu
de eclipse.

É sol, é Terra,
é o fim do caminho.
É o resto do corpo
da lua
sumindo.

Enfrento as verdades
de Gil
bradando que nada mais há
para se dizer do luar
e encorajando os povos
a olhar.

Olhos de luneta
da NASA.
Olhos de orvalho,
choro de Nuit.

É noite de lua.
Mais uma.

O que é o vermelho?
Se não o que aprendi chamar
vermelho?
Meus olhos adestrados
olham luar
ou a pedra nua
que aprendi chamar
lua.

São Jorge matou o dragão.
O vermelho é sangue
do réptil gigante.
Sangue mágico,
de instante,
que o sol há de apagar.

Não baixe a guarda,
meu santo.
Dragão é mosca
a retornar.
Hoje é noite de lua
de novo,
a peleja do luar.

Amanhã é dia santo,
depois,
outra vez,
luar.

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