Retalhos XVII

Data 16/04/2014 12:43:53 | Tópico: Prosas Poéticas



Hoje já deveria saber que ontem passou mas as marcas ficaram, ficam sempre, como as chagas de Cristo - a implorar ao Pai que os perdoe - mas eles nunca se arrependem, nunca, ou então sou eu que não consigo perdoar. Porque haveria de perdoar se não consigo deixar de sangrar quando os pássaros regressam a casa e, os dias crescem como a dor empoleirada no compasso da ressurreição ou da fornicação dos primeiros rebentos. Talvez alguém me diga um dia que tudo isto não passou de um pesadelo, ou de uma condenação precoce com pena suspensa.

Mathilde Gonzalez – Pseudónimo de Conceição Bernardino
Registado no IGAC


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