ADORMECIMENTO

Data 08/12/2006 00:28:30 | Tópico: Poemas -> Sombrios




Enquanto repousava, corpo cansado,
Na amplitude generosa da estreita cama,
Permiti-me traçar pensamento lisonjeiro,
Onde era possível ver-se que, o mundo,
Afinal não era um capricho de vontades
Individuais mas sim a nada remota ascensão,
Rumo à tão desejada, quanto verosímil, mudança.
E tenho de confessar que não me foi nada difícil
Incorporar tal manifestação do meu sentir
Escorrer, feito imagens simples mas eficazes.
E era assim, por entre campos e densas cidades,
Que o respeito caminhava, mão dada com a atenção,
Dos que sabem escutar sem auscultar o próximo,
Quanto muito saber-lhes o nome e perguntar-lhes
Da vida…
Mas até estas palavras são pouco dignas de um poeta,
De tão simples e rudes, que breve reconheço,
Da tormentosa dor, que me perpassa inteiro, frio aço,
O meu súbito encantamento, a desvanecer-se.


Jorge Humberto
(23/03/2004)









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