Ser imortal temente do dia e da luz

Data 20/04/2014 09:15:07 | Tópico: Poemas -> Sombrios




Tenho medo da luz, apavora-me a luminosidade do dia,
encerrado em corpo morto, a noite alegra me o ataúde.
Ser maldito no mundo, sob a escuridão do céu noturno,
o doce olor do sangue fresco restaura-me as forças.

Num sobrevoo obscuro arrebanhando perdidas almas,
somente nas sombras, alimenta-me o medo humano.
Não tenho coração, nem temores, pois nada me oprime,
mesmo que não possa ver o sol no romper de um dia.

Não me lembra quando, nem onde nasci, se um dia amei,
não tenho recordações de quando um dia ainda vivia;
ser diferente dos mortais alimenta anseios e cobiça.

Passam-se os anos, nas madrugadas perambulo pela névoa,
sem nenhuma emoção apenas querendo provar do alimento,
longe da luz do sol que faria de mim um punhado de cinzas.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=268416