"Não me Digam que Não Falei" do 25 de Abril
foi ainda ontem nesse ontem que já não existe que um passado vago esmaeceu até ao nada esvaziando em diluição simultânea todos os sonhos que quase foram realidade... o sangue arterial..., dela !, em vermelho e verde ... escorria como um manto gritante onde a flor de laranjeira se agitava em busca da vida que, tristemente, lhe escapava ... e ... ainda... assim ... o monumento onde ecoava a insana risada via-a sentada , perfumada de laranjas , com um cravo vermelho na lapela da alma agora, também ela, ó ironia!,censurada ! e que queixa jovem a poetisa reclamava ? "um espelho e um canivete" ? mátria podia ser o nome daquela revolução em tempo de - acabaram-se os panfletos ! mas quem conhecia melhor do que ela o poder da palavra portuguesa ? quem sabia melhor do que ela espelhar toda a geografia literária desta terra lusa ? ai ! ... foi ... ainda ... ontem que a morte transbordou e vazou para o dia de hoje seja lá como for ó terra leva para qualquer flor o perfume dos corações despedaçados
(enquanto o tempo espera pela grandiosa colecção de emoções que se revoltarão ...)
Luíz Sommerville Junior, 26042014,21:56
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