
que se cumpra Abril
Data 29/04/2014 10:24:39 | Tópico: Poemas
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não sei ao que vim, procuro-me no que não sou circunscrevo-me noite e dia e, nada, talvez não fosse tarde para abortar a vida, já me vi em tantos ângulos mas nenhum me pertence, sinto-me trepar uma hera com esperança que rebente a qualquer momento, nem criança pude ser, sustem-me um sorriso no rosto com sabor a imitação. balanço-me no pensamento dos mortos que partiram antes de mim, Invejando-lhes o rosto pálido e, os olhos fechados a fingirem o sono dos imortais. condenei-me quando desembrulhei o primeiro poema ainda adolescente - falava de liberdade – como era ingénua…ninguém é livre, nem Abril, já nasceram as primeiras folhas e nem as vi, a desobediência não me permite abraça-las enquanto não formos verdadeiramente livres.
Conceição Bernardino Publicado na revista Chama
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