A razão que ninguém tem

Data 03/05/2014 21:10:52 | Tópico: Poemas

Quando o pouco dinheiro não chega
Para os alimentos na simples mesa,
Nada nesse lapidado lar sossega
E no seu interior cresce tristeza.

Da pele os poros sós vão secando
E os fixos olhares ficam turvos,
Por ali os avós se vão finando
Perante o tempo dos dias curvos.

Não há luz que alumie a pobre mente
No desespero de tanta pobreza,
O futuro permanece pendente
E o amanhã é uma incerteza.

O ar torna exíguo tanto espaço
E toda a espera deixa de ter valor,
Na mesa do pão já não há pedaço
E mais que esquecido ficou o amor.


António MR Martins



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=269452