
Dissertação escusada sobre a solidão das árvores
Data 02/05/2014 23:51:30 | Tópico: Poemas
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Num sol, como se fosse noutra luz Num vento, como se fosse noutro tempo Algures entre a distância e a realidade Um carteiro entregava cartas que escrevia a si mesmo
O remetente era uma equação pateta de si Um pedaço da sociedade por acções danada O destinatário, o cão de cada um
Num rasgo como se não cicatrizasse Numa gangrena de palavras por dizer De todas as vezes em que foi preciso morrer
Nunca uma criança deixou de brincar Fome ou guerra à cabeceira Nunca um beijo
E de todas as vezes de todos os tolos Em cada árvore da vida Na verdade armadilhada de um sorriso Os ramos estendidos sempre foram avenidas
É por isso que os pássaros.
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