Pobr’alma perdida em timoratos temores

Data 05/05/2014 04:28:28 | Tópico: Poemas


“Do triste manto, o alento recupera.
Revigorado então, corre ao cajado
E as ovelhas ao pascigo acelera.
De temor me senti, dessa arte, entrado
Do mestre merencóreo ante o semblante;
Mas logo ao mal foi bálsamo aplicado.”

A Divina Comédia - Inferno, canto XXIII







Invitado notívago, primitivo e inculto no idioma,
mente tacanha, baldo agreste era o mais ousado.
Mantinha pasmo olhos inexpressivos em redoma,
mesmo que, sugeria, aparentemente familiarizado.

Mas, para muitos, um olhar não significava nada,
tão selvagem quanto prosaico, um nada de tudo,
mantendo recordações, ali tão somente fachada;
assustado aos suspiros ou ríspido tom mais agudo.

Mesmo ciente da nau rumo para crespos abrolhos,
rápido nega a face impostora, ágil a cerrar olhos,
que não se atreveriam a transparecer estertores.

Luz brilha longe. Aqui, voado e solitário, não exurge
quantos pensamentos acomoda uma mente que ruge,
a ninguém seria dado decifrar os inermes temores.



( não se apercebem do que se descortina à frente.........

pobres almas perdidas










em timoratos




temores.


eh... eh...

Pois assim isso é .... )


... quase sempre, por sinal







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