Toada de Monsaraz

Data 05/05/2014 18:58:27 | Tópico: Poemas -> Dedicatória

Em Monsaraz,
Vila do Alentejo
profundo,
é onde em horas
sombrias e inquietas,
encontro Alma,
sinto Vida …

Foi lá que vim ao
Mundo,
numa casa risonha
d’um Outeiro jocundo …
Serras e vales,
prados e montes.
Um verde florido
que meus olhos
abarcam …

E tanta Vida em redor,
tanta Vida …
Em silêncios imersa,
em quimeras oculta.
Tão contida!
Tão contida!
Sinto quebranto,
um eterno suspense,
“isso” que a eleva
ao seu encanto,
à sua Eterna Primavera …

Ó Deus,
quem dera ser Eterno!
Quem dera …

Para eternamente
contemplar aquela Vila
que me devolve tanta Paz!
Que encanto!
Que perfil!
Quem dera não perder-te,
ai quem dera,
minha alada Monsaraz

Tanto quis àquela Terra
e tanto lá sofri …
Tenho pudor de o contar,
horror de o recordar!
Passou … passou …
Agora quero, apenas,
Amar, Amar …
Como um pássaro
que voou
ou alguém que vai
abalar …
Nada mais!
E quem quer mais,
vai a pardais,
já dizia aquela gente,
que às vezes mente,
outras não!

E Tu, meu doce Alentejo,
minha Terra sombria,
meu velho destino,
sem verso
nem reverso.

Minha Eterna e
dolente madrugada,
onde sinto o ensejo,
d’onde me vem os
versos,
desperta, agora,
ouve esta Toada,
é hora,
esvai-se a noite,
acorda o dia …

Minha Terra,
tão doce e tão amarga,
tão quente e tão gelada …
… ouve esta Toada …
…. ouve esta Toada …
Minha Terra,
tão amada,
tão amada …


Ricardo Louro
em monsaraz






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