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 Luz e Trevas Data 05/05/2014 23:55:24 | Tópico: Poemas -> Reflexão
 
 |  | Há muitos séculos a escuridão me habita.
 Caminhos íngremes, espinhos, arranhões, lágrimas.
 Duelos transcendentais se travam
 Na arena da minha mente.
 O assombro me assombra a alma.
 Tudo estará perdido?
 
 Haverá para sempre um abismo intransponível
 Entre dois mundos ?
 Corrupção ou Justiça.
 Ódio ou Amor.
 Traição ou Lealdade.
 Morte ou Vida?
 
 Arre!
 Das trevas não quero, sequer,
 Uma vaga lembrança...
 Sinto-me imensamente grávida!
 Gerando em meu ventre uma semente silenciosa
 Um pequeno anjo ainda sem asas
 (Um pequeno e silencioso anjo ainda sem asas...)
 
 Sem dores ele não nascerá, bem o sei.
 Rebento dos séculos...rebento de minhas incontáveis vidas...
 Gero sim, a mim mesma, sob muitas outras perspectivas...
 Vejo desaparecerem um a um,
 Os monstros que comigo
 Dividiam o chão frio e desumano das cavernas...
 Obscuras cavernas...insensíveis cavernas...
 
 Olho para fora do esconderijo em que me meti
 E meu peito torna a se encher de vida!
 O inesperado acaba por acontecer...
 Sinto-me parir e sinto-me nascer.
 
 Não. Nada há de se perder!
 A esperança não há de se perder,
 O amor não há de se perder,
 Nem a paz ou o carinho,
 Nem o cuidado ou o afago...
 Nem a poesia ou a vida.
 
 Sinto-me parir e sinto-me nascer...
 
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