Quantas estrelas estão pregadas no céu que se vê da tua janela?
Data 06/05/2014 19:50:35 | Tópico: Poemas
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Quedam-se pelos cantos sob alísios sem brilhos Velas brandamente inchadas apontando paragens Que se acumulam desapegadas de imóveis Silêncios De sombras que se escondem nas noites claras.
Mantos de água soerguem-se tapando corpos cansados.
Quantas estrelas estão pregadas no céu que se vê da tua janela? Quantas mergulharam nos oceanos desamparadas?
Outros dirão das imensidões as partidas constantes E mesmo que espere por ti as noites inteiras Sei dos nevoeiros que escondem saudades sem limites Deste caos que é o mar alto isolado da terra bordada de luzeiros Onde faróis se atrapalham pelas chegadas Despertando os lugares adormecidos das orquídeas.
Sempre será pelo branco das praias desertas que o sol se esconde E falarei da timidez dos passos em volta Hesitantes
Mesmo que a despojada preamar invada os esconderijos das rochas Onde um dia sentimos um leve tremor esperando o nascer da primavera Dos pássaros errantes de cansados
Saber-te-ei pelo doce ocidente dos areais banhados de Safiras azuis sorrindo-me agora.
(I)
E o mar cumpre-se Mais além dos rumores que antecedem o medo Das rotas que jamais serão linhas rectas
A pouco e pouco desteço-me Desenraizado Desejando apenas Que o sol se despeça da noite abrupta
Que regressem mais uma outra vez As estrelas cadentes Anunciando as bonanças A vida.
(Ricardo Pocinho)
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