rosa púrpura com espinhos dourados

Data 12/05/2014 17:30:44 | Tópico: Poemas -> Surrealistas

não há paz que me pinte de outros tons,
para adelgaçar a guerra que me prostra.
o branco também é algoz
no chão que me devora.
a paz, apelo falido em muitas mãos,
se explode nessas horas.
por isso pinto-me quadro em cores
de alguns encantos felizes
e das mutilações que a vida me doou.
quadro que nunca será resgatado em leilões
em recepções de contos de fadas -
será suplantado pelos cantos das sereias
- ficará menoscabado em minhas paredes.

pinto-me, mesmo assim!

mesmo que me quebrem
pra preencher um canto de chão.

pois cores...
nunca morrem.
cores,
sempre estarão por aí,
nas paletas do céu
num derrame de nuanças
para o todo.
até mesmo às (minhas) guerras,
às (minhas) paixões
que tingem minhas parcelas de amor e dor
e outras partes que seguem os descaminhos


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