Flor de sangue

Data 13/05/2014 12:05:55 | Tópico: Poemas

Uma flor de sangue
a nascer-me da pele
- chão de intempéries sedes –
é tudo o que de visível
tem o dia amortecendo
os olhos rasos que me sobram...

Que é dos céus azuis da minha boca
admirando alcances?

Que é das asas livres dos meus cílios
bordejando espantos?

Que é da luz magnânima, quase louca,
emancipando instantes?

Que é da garridice d’ arco-íris
afugentando prantos?

Ah, flor de sangue
em pedra exangue...
não morresse no meu peito um rouxinol,
não fosse teu rubro risco em mim inscrito...
teria raiz doce esse teu grito,
talvez não fosse eu teu por do sol...




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=270227