SER ADULTO

Data 18/08/2014 02:37:29 | Tópico: Crónicas



(Desculpe a falta de acento nesse texto)
SER ADULTO









Sei que meu tempo ja passou...ha muito! Muitas vezes penso que "gostaria de ser jovem com minha cabeca hoje"... embora eu saiba que nao teria a menor graca.
Ser mais velho, significa "ter informacoes", saber a consequencia das coisas que fazemos, e um "bate e volta"...e existe o PENSAR.

Nos EUA, ser adulto e ter 18 anos. Com 18 anos, o filho(a), pode se considerar legalmente adulto para tomar decisoes com quem e onde quer morar. Pode comprar cigarros. (Lembro que no meu tempo, nos compravamos cigarro na caderneta da padaria do pai da minha amiga - E pediamos para o filho do dono escrever "Pao". Como ele era amigo da gente, escrevia... Um dia foi questionado, por que estava se gastando tanto PAO! Oras! Risos!).

No que se refere a bebida, com 21 anos aqui considera-se legal comprar e consumir alcool.

Para legalmente dirigir, o adolescente deve ter pelo menos 16 anos e uma carta de motorista que eles chamam de Temporaria. Tres a seis meses antes de fazer 16 anos, (dependendo do estado que voce mora).

Mas acho interessante a "mudanca" que sofre o adolescente, quando se torna 18.
Ou seja, o adolescente mora em casa com as regras dos pais, e sonha muito entrar numa Faculdade, porque ele podera fazer o que quiser.
Sim!

Como o adolescente ja e "ADULTO" com 18, tudo o que ele faz na Faculdade, os pais NAO TEM DIREITO de saber, a nao ser que o filho(a) assine um papel dando DIREITO aos pais...de saberem. E o mesmo se aplica com as notas. Os pais NAO TEM DIREITO de saber as notas dos filhos (mesmo pagando a Faculdade), a nao ser que o filho assine um papel "permitindo"...

Isso para mim e tao errado!
O que eles dao, e um PODER ilimitado ao filho(a) de fazer aquilo que querem. E uma carta de alforria!
Nao digo que literalmente. Afinal, a carta de alforria e um documento atraves do qual o "proprietario" de um escravo, rescindia dos seus direitos de propriedade sobre o mesmo.
Mas acho que e "mais ou menos isso". O filho na verdade quando vai para uma Faculdade,\\"nao pertence mais aos pais\\"...e se julga no direito de fazer aquilo que da na cabeca.

Juro...nao estou falando somente como MAE...nao estou falando com apegos. Nao estou falando que nao quero ver minha filha crescer. Quero sim!
Mas...acho que no PRIMEIRO ano de Faculdade, deveria haver um maior envolvimento dos pais, nos problemas em geral que os filhos tem. Sem que eles precisem assinar esse papel.

Afinal, entrega-se a eles a LIBERDADE TOTAL, como se fosse um certificado, e eu sei que muitos nao sabem usar dessa liberdade.

Voces ja viram um adolescente dirigir um carro? Ele tem medo? nao! Dirige em velocidade, tipo roleta-russa mesmo, sem pensar nas consequencias. Por que? Porque ele acha que e imortal. Que nada vai acontecer para ele, que a morte, e somente para pessoas velhas. Nao para jovens.

Assim como um adolescente dirige um carro, ele livre, dirige sua vida. Na velocidade maxima, como se quisesse respirar o mundo.

Mas nao estou de forma alguma "generalizando". Sei que existem adolescentes diferentes. Mas posso dizer, que grande parte, se sente assim: livre, donos do proprio nariz, e se jogam a fazer coisas que acham que nao havera nenhuma consequencia. Aprendem batendo a cabeca na parede.

Sei, e sei tao bem que nao podemos segurar nossos filhos. Amarra-los e impedir que vivam a vida, e tenham suas experiencias.
Mas aqui e tao diferente do Brasil! (apesar de que acho que agora ja deve ter mudado um pouco, depois desse tempo que estou aqui).
Mas nao lembro que essa"passagem nossa para uma Faculdade", era algo tao estrategico no sentido de ser tao livre. Tinhamos nossas responsabilidades.

Nao quero me comparar, pois como diz minha filha, sou do ano de 1800... Mas vejam: fiz uma Faculdade, morando com meus pais. Paguei minha propria Faculdade. E ainda trabalhava durante o dia.
Quando me formei, comecei a dar aulas de Ingles a noite para uma Escola particular (Synesio Martins, em S.Jose dos Campos). Trabalhava o dia inteirinho na Johnson, e a noite dava aulas. Fiz isso por cinco anos, ate que mudei para S.Paulo.

As diferencas de cultura ainda me fazem pensar.

*Mary Fioratti*



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