Soneto dos segredos guardados

Data 17/05/2014 02:48:57 | Tópico: Poemas

“Se espelho eu fora, a imagem tua, amigo,
Tanto não refletira claramente,
Quanto às idéias na tua alma sigo.

“Agora iguais me estão surgindo à mente,
Concordes tanto nas feições, em tudo,
Que um parecer entre ambos há somente.

A Divina Comédia – Inferno – canto XXX





Jamais assumiu a ousadia de medir todo o fardo,
em seu quarto, sem pressa, tinha a janela aberta,
sentada frente ao espelho para refrescar o corpo,
mesmo que o âmago queimasse em desejos insanos.

Diáfana camisola envolta em raras nuvens de ouro
farfalhava como cachos doirados de um querubim
aos espíritos hostis dava um enxame de esperança,
quando o coração perseguia as memória do passado.

Nele, havia segredos ingentes, assuntos sensíveis,
tantos eram que não poderia de memória lembrar;
enquanto tivesse a penumbra para se resguardar,
afastaria da mente toda certeza se um dia amou.

Negava se conceder ditas no mundo que ora jazia,
para habitar soturna as mansardas de infortúnios





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